Previstos como um dos blocos do Novo Ensino Médio, os itinerários formativos têm algumas diretrizes para sua implementação. Confira!
Uma das principais novidades do Novo Ensino Médio são os itinerários formativos. Eles estão previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. E, exatamente por serem uma novidade, ainda existem dúvidas sobre como implementar os itinerários formativos.
As mudanças no Ensino Médio foram estabelecidas na Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a alteração “tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje”.
A evasão escolar nesse nível de ensino é a mais alta, e as mudanças visam estimular também os estudantes a permanecerem na escola.
Neste texto, vamos explicar algumas regras previstas sobre os itinerários formativos, para auxiliar em sua implementação. Confira!
O que são os itinerários formativos?
Os itinerários formativos são definidos como “um conjunto de situações e atividades educativas que os estudantes podem escolher conforme seu interesse, para aprofundar e ampliar aprendizagens em uma ou mais Áreas de Conhecimento e/ou na Formação Técnica e Profissional”.
Eles estão previstos no Novo Ensino Médio, que se divide em dois blocos. A ideia com essa divisão é conseguir maior engajamento dos estudantes. Esses blocos são:
– Formação Geral Básica: que engloba as Áreas do Conhecimento e os saberes mais usuais no Ensino Médio. Ela deve ter 1.800 horas no máximo, ao longo dos anos do Ensino Médio;
– Itinerários Formativos: para esses conjuntos de situações e atividades educativas, a determinação é que a carga horária seja de no mínimo 1.200 horas.
Os itinerários formativos estão organizados em quatro eixos estruturantes. São eles:
- Investigação Científica;
- Processos Criativos;
- Mediação e Intervenção Sociocultural;
- Empreendedorismo.
O estudante precisa passar por pelo menos um desses eixos, mas o ideal é que passe pelos quatro. Na Portaria 1.432/2018 do Ministério da Educação (MEC), que estabelece os referenciais para elaboração dos itinerários formativos, o item 3 prevê inclusive que eles sejam integrados.
Ele diz: “Como os quatro eixos estruturantes são complementares, é recomendado que os itinerários formativos incorporem e integrem todos eles, a fim de garantir que os estudantes experimentem diferentes situações de aprendizagem e desenvolvam um conjunto diversificado de habilidades relevantes para sua formação integral”
Quantos itinerários formativos a escola deve oferecer
Essa quantidade de itinerários também pode deixar alguns gestores em dúvida. Mas não há um número mínimo por unidade educacional.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio dizem: “Os sistemas de ensino devem garantir a oferta de mais de um Itinerário Formativo em cada município, em áreas distintas”.
Na visão de Áquila Nogueira, gestor de Projetos Educacionais da BEĨ Educação, isso implica uma não obrigatoriedade de oferta de itinerários em todas as áreas numa mesma escola. “Entretanto, à medida que os Itinerários se estabelecerem, creio que uma oferta variada será, cada vez mais, um diferencial na qualidade das escolas”, diz ele.
Além disso, à medida que as implementações forem avançando, “ter poucos itinerários pode ser um problema para captar e manter alunos”, avalia Áquila.
A partir de qual série do Ensino Médio os itinerários formativos devem ser oferecidos?
Não há previsão nas regras do novo Ensino Médio sobre em qual série já deve haver itinerários formativos à disposição dos estudantes.
Mas é importante lembrar que há a obrigatoriedade das 1.200 horas, no mínimo, a serem cursadas pelos estudantes nessas trilhas de aprendizagem.
Áquila Nogueira pondera que, se a escola preferir disponibilizar itinerários apenas na 3ª série, haverá pouco tempo para essa totalização. “Assim, a sugestão é que já pensem nisso a partir da 1ª série”, diz o gestor de projetos educacionais.
Nesse âmbito, a BEĨ Educação oferece as coleções Aprendendo a Lidar com Dinheiro e Aprendendo a Viver na Cidade. Elas adotam a metodologia de ensino orientada por projetos e são alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ao todo, as coleções já foram adotadas por mais de 600 escolas, 1.100 educadores e 80.000 estudantes.
Ainda neste ano, a BEĨ Educação lançará um novo projeto complementar, sobre arte e cultura indígenas.
É obrigatório haver itinerário formativo de formação técnica?
As escolas não têm obrigatoriedade de oferecer itinerários de formação técnica ou profissional. “Inclusive, é possível fazer convênios para que os estudantes cursem esses itinerários em outras instituições”, diz Áquila Nogueira.
Para ele, a procura por esse tipo de itinerário tende a aumentar, pois há previsão de bonificação na pontuação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2024 para quem tiver um diploma técnico.
Essa possibilidade está descrita nos parâmetros de atualização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) . O documento traz novas diretrizes para o exame, a serem aplicadas a partir de 2024. Ele prevê essa bonificação, a ser fixada pelas instituições de ensino superior, na pontuação final utilizada para ingresso.
O texto diz ainda que ela deve ser “proporcional à aderência entre os cursos técnicos e os cursos de graduação a partir de parâmetro de referência a ser desenvolvido pelo Ministério da Educação”.
A escolha dos itinerários formativos deverá ser feita pelo estudante, entre as ofertas que houver. O educador pode ajudar e orientar nessa escolha. Confira neste texto algumas dicas para auxiliar na opção de qual itinerário cursar.
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